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Paulo Doce de Moura colabora pontualmente com a PME Magazine (Foto: DR)

Gestão sustentável e tecnologia: o caminho do futuro

Por: Paulo Doce de Moura, manager de banca e investimentos

 

Num mundo incerto e em constante mudança, onde a tecnologia é um importante indicador de progresso, onde as empresas nascem imediatamente internacionais, com muita rapidez, passam do pequeno para o global.

Nesta direi, nova Revolução Industrial, teremos uma robótica muito mais avançada, transportes autónomos, inteligência artificial, materiais avançados e biotecnologia. Estes desenvolvimentos vão transformar a forma como vivemos e trabalhamos. Alguns postos de trabalho vão desaparecer, e empregos que nem sequer existem agora irão ser banais no futuro.

De modo sucinto: a Primeira Revolução Industrial usou o vapor de água para mecanizar a produção; a Segunda utilizou a energia elétrica para criar a produção em massa; a Terceira recorreu à eletrónica e à tecnologia de informação para automatizar a produção. Agora, estamos perante uma Quarta Revolução Industrial, que tem vindo a desenvolver-se por uma fusão de tecnologias entre as esferas da Física, Biológica e Digital. A internet móvel e a tecnologia da cloud já estão a afetar a forma como trabalhamos. Enquanto a inteligência artificial, a impressão 3D e os materiais avançados ainda estão numa fase inicial de utilização, mas o ritmo de mudança será rápido. Irá alterar não só o que fazemos, mas também aquilo que somos.

Estamos à beira de um admirável mundo novo!

E nesse mundo novo, existem algumas regras a ter em conta para um crescimento sustentável das empresas, são elas:

  • Crescimento anual médio dos lucros por ação nos últimos cinco anos inferior a 50%. Lucros a aumentar, mas não demasiado.
  • Grau de endividamento inferior a 80%. Este rácio, que compara o passivo com os capitais próprios, empresas menos dependentes da dívida.
  • Variação do rácio existências-vendas inferior a 10%. O ideal seria que o rácio decrescesse, o que quereria dizer que as vendas aumentaram mais depressa que as existências. O contrário – existências a crescer mais depressa que as vendas – poderia indicar que os produtos em armazém não estão a ser despachados tão depressa.
  • Para as cotadas em bolsa a rentabilidade do dividendo (“dividend yield”) deve ser sempre inferior a 10%, para no médio/longo prazo, manter os investidores que procuram estabilidade nos dividendos e crescimento da empresa. Distribuir mais do que os resultados obtidos, não só não gera poupança para novos projetos, como retira dinheiro às poupanças que suportam o negócio ou, pior, implica aumento de dívida.
  • Numa gestão prudente, a distribuição dos lucros não deve ultrapassar a metade dos mesmos, assume-se assim uma postura responsável e ajusta-se os dividendos aos resultados gerados.

 

Com base nestas regras de gestão sustentável a revista Forbes analisa aquelas que foram as indústrias mais lucrativas nos Estados Unidos da América e é curioso verificar as alterações que têm acontecido ao longo dos últimos anos.

A área da tecnologia direcionada para a saúde foi aquela que mais lucro gerou, liderando assim o top das indústrias mais lucrativas. Os setores financeiros e tecnológicos assumem também posições relevantes.

 

Top 10 das indústrias mais lucrativas:

  1. Tecnologia na área da saúde, assumindo uma margem média de lucro de 21%.
  2. Finanças, com uma margem média de lucro de 17,3%.
  3. Serviços tecnológicos, a margem média de lucro deste setor é de 16,1%.
  4. Setor eletrónico, a margem média de lucro aqui é de 13,2%.
  5. Bens de consumo perecíveis, a margem de lucro é, em média, de 11,8%.
  6. Transportes, que oferece uma margem média de lucro de 9,8%.
  7. Serviços para o consumidor, afirma-se igualmente como um setor que tem um peso de 9,7% de lucro.
  8. Utilities, a sua margem média de lucro foi de 9,2%.
  9. Fábricas, sua média de lucro é de 8,4%.
  10. Comunicação, desde rádio a imprensa, entre outros, com uma margem média de lucro de 7,4%.