Foi divulgado hoje o ‘Global Risks Report 2017’, o relatório da autoria da Marsh que revela as conclusões que ajudam a definir a agenda para a reunião do anual do Fórum Económico Mundial (WEF) em Davos, a decorrer entre 17 e 20 de janeiro, segundo o tema “Liderança Sensível e Responsável.”
O relatório deste ano contou com a participação de 750 especialistas que avaliaram 30 riscos globais e 13 tendências subjacentes que poderiam ampliá-los ou alterar as interconexões entre eles. Tendo em conta o contexto de crescente descontentamento político e perturbação em todo o mundo, os especialistas identificam três grandes problemas que irão moldar a evolução na próxima década.
O primeiro problema refere-se aos padrões de desigualdade de rendimentos, o segundo as alterações climáticas que continuam a dominar o panorama de riscos globais, considerados de alto risco e probabilidade e, por fim, a incapacidade da sociedade acompanhar o ritmo da mudança tecnológica.
No relatório de 2016 o mundo parecia caminhar para avanços significativos na área do clima com a ratificação de Acordo de Paris, no entanto as mudanças politicas na Europa e nos Estados Unidos colocam esse progresso em risco, segundo os investigadores.
“É necessária uma ação urgente entre os líderes para identificar formas de superar as diferenças políticas ou ideológicas e trabalhar em conjunto para resolver os desafios críticos. A dinâmica de 2016 para enfrentar as alterações climáticas demonstra que isso é possível.”, disse Margareta Drzeniek-Hanouz, Head of Global Competitiveness, do World Economic Forum.
Segundo os especialistas, “as transições complexas que o mundo está atualmente a atravessar, desde a preparação para um futuro com baixas emissões de carbono até uma mudança tecnológica sem precedentes para se adaptar às novas realidades económicas e geopolíticas globais, colocam ainda mais ênfase na necessidade de os líderes apostarem no pensamento, no investimento e na cooperação internacional a longo prazo”.
O mesmo relatório refere que a propensão da Quarta Revolução Industrial poderá exacerbar os riscos globais, sendo que a inteligência artificial (IA) e a robótica são as que têm maior potencial de consequências negativas, como a maior necessidade de uma melhor governance.
“A inteligência artificial (IA) tem potencial de oferecer benefícios enormes em sectores desde o de Fabrico e Transportes, até aos Serviços Financeiros e Saúde. No entanto, uma maior confiança em IA irá criar novas ameaças e intensificar as já existentes, tais como cyber e instabilidade social, tornando crucial o desenvolvimento paralelo de risk governance”, refere John Drzik, Presidente de Global Risk & Specialties da Marsh.