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Vista aérea do LACS (Foto: Cláudio Parada Nunes)

Há um novo centro para a indústria criativa em Lisboa

Por: Ana Rita Justo

Arranca, esta quinta-feira, o LACS – Lisbon Art Center & Studios, um novo cluster  que pretende impulsionar a indústria criativa em Lisboa. Empresas como o Rock in Rio e EDP Inovação terão aqui a sua nova casa, um projeto que assenta arraiais em Santos e levado a cabo pelos empresários Miguel Rodrigues, Gustavo Brito, Filipe de Botton, João Raimundo. José Rodrigues, diretor do LACS, falou à PME Magazine sobre este novo projeto.

 

PME Magazine – Qual o conceito que deu origem ao LACS?

José Rodrigues – O LACS é o primeiro cluster criativo de Portugal. É pioneiro no seu papel agregador das indústrias criativas num único espaço, onde estas poderão desenvolver a sua atividade num ambiente pensado para a criatividade, o networking e o desenvolvimento de negócio. As indústrias criativas passam a poder fazer parte do LACS e ter o seu próprio lugar, que tanto poderá ser uma secretária dedicada ou partilhada, um studio privado, um atelier, quanto um studio virtual. O LACS está aberto 24 horas, todos os dias do ano e, seja qual for o tipo de membership, todos os membros poderão ter acesso a uma série de serviços e facilidades, entre os quais destaque para as salas de reuniões ou balneários com duche, e ainda podem marcar participar em workshops para diferentes temáticas que vão desde a gestão às artes, num ambiente climatizado, com a mais rápida internet do mercado, cafetaria bar lounge, sala de eventos e rooftop. Ainda assim, e apesar de lhe descrevermos pormenorizadamente toda a potencialidade e conceito do LACS, há muitos aspetos intangíveis deste ecossistema, que só será possível compreender no impacto direto que acreditamos que vamos ter ao proporcionar um lugar que visa facilitar o desenvolvimento das atividades dos nossos membros [no LACS cada pessoa com acesso é chamado de “membro”].

 

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José Rodrigues é diretor deste novo cluster criativo (Foto: Divulgação)

 

PME Mag. – Como surgiu juntarem-se os quatro empresários neste projeto?

J. R. – Os quatro sócios são empresários com um percurso de sucesso em diferentes áreas de negócio, mas conhecem-se também fora das suas atividades e partilham um gosto pela arte, pela inovação e pela criatividade. A ideia do LACS partiu do Miguel Rodrigues e do Gustavo Brito, quando almoçavam num restaurante a 300 metros daqui [do LACS] e aperceberam-se deste edifício de 5000 m2, abandonado há mais de 20 anos. Os dois já sonhavam com o conceito, mas não havia um espaço que lhes parecesse tão ajustado quanto este edifício em Santos – o centro criativo de Lisboa, tendo depois convidado os outros dois sócios para se juntarem ao projeto. Tornou-se logo evidente que quatro empresários diferentes, com o gosto pelas indústrias criativas em comum, dariam um contributo único e de grande valor. O resultado está à vista.

 

PME Mag. – Como está a ocupação do LACS?

J. R. – Neste momento já contamos com uma alta taxa de ocupação e diariamente continuamos a receber dezenas de propostas. Uma das tarefas que temos neste momento em mãos, e de grande importância, é a curadoria dos projetos e empresas que poderão integrar o LACS. Desde que fechámos o conceito deste cluster criativo que é claro, e óbvio, para nós: todos os membros têm que alimentar este ecossistema de criatividade e networking. Desta forma, temos sido criteriosos, assegurando que nenhuma empresa ou organização afasta o LACS do seu caminho enquanto player relevante na dinamização de ideias e oportunidades.

 

“Todos os membros têm que alimentar este ecossistema de criatividade e networking.”

 

PME Mag. – O que difere o LACS de outros centros de negócios?

J. R. – Em primeiro destaque, o facto do LACS ser mais do que um centro de negócios, em que cada uma das empresas funciona por si. O LACS é um lugar agregador para as indústrias criativas, e todos os empresários e empreendedores, portugueses e estrangeiros, que já existem em Lisboa e estão na vanguarda da inovação, e que até agora estavam dispersos pela cidade.  Em segundo destaque, o facto de podermos ter um espaço funcional e operacional todos os dias do ano, 24 horas por dia – com um suporte de uma equipa, uma community manager, e ainda serviços que vão assegurar o conforto e comodidade necessários para que os nossos membros possam estar focados nas suas tarefas. Finalmente, e de grande importância, o LACS é, ao contrário de outros centros, um lugar aberto a visitantes – com galeria de arte, exposições temporárias, sala de eventos, uma cafetaria bar lounge, uma gelataria e um rooftop com vistas de “cortar a respiração”.

 

PME Mag. – A comunicação é um negócio em expansão em Portugal?

J. R.  – Não apenas a comunicação isolada, mas as indústrias criativas. E as indústrias criativas não são um negócio em expansão, mas uma parte da economia que está ligada e interage com todas as outras. São uma das indústrias com maior taxa de crescimento na economia mundial, desempenhando um papel essencial nas economias mais modernas. Depois desempenham um papel relevante até no turismo, com um forte impacto na caracterização das cidades onde se desenvolvem – cidades como Londres, Paris, Amsterdão ou mesmo Berlim, são indissociáveis das indústrias criativas que lá se criam.

 

PME Mag. – Quais os vossos planos a longo prazo?

J. R. – A longo prazo não temos dúvidas de que este modelo inovador poderá apelar à replicação em outras cidades portuguesas e, quem sabe, internacionais. O LACS é um projeto dinâmico que cresce de forma orgânica com o crescimento e desenvolvimento das cidades – pelo que foi pensado para que possa integrar qualquer cidade e ser influenciado e influenciador no sector das indústrias criativas que lá existem.