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José Oliveira, CEO da BI4ALL (Foto: Divulgação)

A importância da gestão de pessoas

Por: José Oliveira, CEO da BI4ALL

 

Nunca até à data se tinha falado tanto de choques geracionais ou do possível impacto das novas gerações nas organizações. Muito se fala sobre o que os millennials querem ou como agem, ou até mesmo o que valorizam. Entre os constantes inquéritos já realizados por inúmeras empresas, e um misto de opiniões de outras gerações, será que as organizações já os conseguem compreender?

Flexibilidade, equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e espaço para o crescimento e desenvolvimento do talento jovem, são algumas das exigências colocadas pela geração millennial às organizações no que diz respeito à gestão de pessoas.

Neste sentido, a mudança nas organizações é hoje um fator incontornável, sendo que a gestão de talentos assume cada vez mais um papel de relevo. Esta transformação deve-se, sobretudo, às mudanças disruptivas do digital e aos recentes modelos de negócio e, não menos importante, às novas formas de pensar destas gerações.

No entanto, atualmente, existem dois desafios particularmente difíceis para as empresas, nomeadamente o do aumento da taxa de turnover, essencialmente das novas gerações, e a crescente diversidade geracional com que as organizações lidam com a entrada dos millennials, que detêm um perfil e uma atitude diferente perante o trabalho. Esta é assim uma nova realidade, com o qual as empresas vão ter que aprender a lidar, embora possa ser atenuada.

Mas o que significam, realmente, estas mudanças para as organizações?

A melhor forma de enfrentar todas estas mudanças é responder de forma direta às necessidades das novas gerações e tentar compreender as suas características. Os millennials querem ser ouvidos e não querem que as suas ideias sejam ignoradas. Gostam de fazer parte das decisões, e preferem ambientes de trabalho mais informais. Em contrapartida, para fazerem face a um mercado de trabalho cada vez mais difícil, têm consciência de que é essencial serem inovadores, flexíveis e criativos no sentido de apoiarem as organizações onde trabalham.

Desta forma, o grande desafio para as organizações passa por conseguir compreender como é que irão reter profissionais que são considerados como sendo os que têm um menor sentimento de pertença e que exigem mais das empresas do que as gerações anteriores. Será que basta oferecer-lhes um bom salário ou outros benefícios? Uma promoção ou um cargo de destaque na organização? Não… O que, realmente, move um millennial na carreira é a obtenção de um contexto profissional ético, com uma missão sólida, humana, amiga da aprendizagem constante e com reconhecimento do seu mérito.

Como tal, é importante apostar em cada talento, criar oportunidades de formação que lhes permitam atualizar constantemente as suas competências, porque o que hoje é inovação, amanhã é obsoleto. É essencial motivá-los e fazê-los sentirem-se uma peça fundamental para o desenvolvimento da empresa, porque, de facto, estes novos talentos, cheios de novas ideias, novos conhecimentos de negócio e mais orientados para a tecnologia, irão possibilitar às organizações dar um passo em direção ao futuro, contribuindo para o seu desenvolvimento, tornando-as mais fortes e competitivas a nível global.

Segundo o estudo da Great Place to Work, não existem evidências de que essas mudanças conduzam a uma maior inovação dentro das empresas ou que levem a um aumento dos lucros, contudo, os números parecem indicar que as organizações que mais procuram integrar os millennials são também aquelas que têm conquistado melhores performances no seu negócio.

Deste modo, torna-se essencial que as organizações procurem entender as diferenças geracionais e quais os drivers que impulsionam o envolvimento das diferentes gerações representadas na sua empresa. Ao adaptarem esta estratégia, os líderes das organizações terão uma maior capacidade para motivar as suas equipas e compreenderem que fatores devem trabalhar para conseguirem maiores taxas de retenção e atração de talentos.

Porém, para isso, as organizações têm de se tornar mais ágeis, diferenciadoras das restantes existentes no mercado, apostar em soluções analíticas que permitam agilizar os processos e tarefas de forma a conseguir reter os seus principais talentos.

E na sua organização, qual é o papel que as pessoas desempenham?