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Empresários juntam-se trimestralmente para planear o seu negócio

Coaching ajuda a manter o foco no negócio

Por Mafalda Marques

Em vésperas de mais um encontro de empresários em regime de coaching, a PME procurou conhecer casos de empresas e negócios onde o coaching fez toda a diferença.

O encontro é trimestral e chama-se GrowthClub. Está aberto a empresários e tem por finalidade explicar o método de coaching aplicado aos negócios, ou por outras palavras, coaching executivo. Um dia que geralmente conta com uma palestra relativa a vendas ou mudança organizacional mas que, no final, acaba por celebrar as conquistas dos empresários em sala que já são acompanhados pela organização.

Ken Gielen, CEO da ActionCOACH Portugal explica que a missão da empresa passa por garantir que todos os empresários consigam ter o seu próprio Coach, uma espécie de Personal Trainer de negócios, que os oriente e desafie para alcançarem os resultados que procuram: “Gerir passa por planear. O acto de planeamento continua a não ser um prática comum porque raramente os planos são concretizados, gerando frustração.  Mas é possível treinar, começando com o planeamento das prioridades diárias, passando posteriormente a um plano semanal, e depois a um plano mensal, chegando-se ao plano anual”, explica.

Por isso, recomenda que todos os empresários comecem por planear as suas metas a concretizar em 2017 as respectivas tarefas para lá chegar, para aumentarem a probabilidade de terem um bom ano.

O Bacorinho, estabelecimento de comércio de leitão assado, foi um dos casos que a PME Magazine recolheu testemunho. Depois de em 2012 estar praticamente em falência técnica e com apenas quatro colaboradores, hoje esta empresa conta com 52 funcionários e atingiu, em 2015, uma faturação de 3,4 milhões de euros: “Em apenas dois anos com o coaching conseguimos dar a volta porque estávamos sempre à procura de soluções. Temos de sonhar alto, ter paixão naquilo que fazemos e não ter medo de procurar ajuda”, disse Hélio Gaspar, o fundador.

Já Nuno Costa, da N.C. Gourmet, empresa especializada na transformação de produtos tradicionais portugueses, justifica a principal razão pela qual procurou um coach de negócios: “Eu sou muito rápido a decidir, faço-o na hora e não tenho qualquer problema com isso. Mas toda a equipa me procurava para ser eu a decidir, o que me esgotava pois interrompia a minha gestão de tempo e produtividade. Criei chefias intermédias, responsabilizei mais as pessoas e comecei a delegar. Agora o negócio funciona sem a minha presença e consigo planear a médio prazo“, explica.

Renato e  Daniela são os dois sócios fundadores da Office Break, empresa que se dedica à prestação de serviços de cafetarias para empresas com o apoio de máquinas de venda automática. Procurar orientações no coaching foi uma decisão difícil pelo investimento mensal implícito, mas no final, consideram estar a evoluir mais rapidamente do que se trabalhassem sozinhos: “Sentimos a necessidade de proceder a uma mudança na empresa, e de facto, em três meses a nossa atitude mudou, estamos a ficar mais organizados e mais proativos e atentos ao negócio”, assumem.

Começámos a testar e medir todas as operações na empresa de forma a encontrar os pontos fortes e fracos da organização, criamos mapas de controlo, começamos a planear as operações a 90 dias, e estamos neste momento a desenvolver o plano de tesouraria, o que até aqui a gestão era feita pelo valor de caixa”, explicam em entrevista. O facto de termos um Coach acaba por ser muito importante, porque ajuda-nos a manter o foco no negócio e a delinear objetivos, dando-nos método e as ferramentas certas. É uma pessoa que está sempre presente na tomada de decisões de forma a nos orientar e a quem nós temos de “prestar contas”. Com o coaching sentimos que nos estamos a tornar melhores lideres e gestores de equipas”, afirmam.

Portugal é o segundo país da EU com mais PME por cada 100 habitantes, ficando atrás da República Checa, segundo o relatório anual da Comissão Europeia.  Em 2015 havia 783 307 PME, o que representava 99,9% do tecido empresarial. As PME davam emprego a quatro em cada cinco trabalhadores, o que equivalia a 78,1% do emprego.

A maioria dos empresários das PME portuguesas não tem experiência de gestão, logo, a procura de formação especializada em universidades ou o acompanhamento personalizado por profissionais de coaching de negócios faz todo o sentido.