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O novo paradigma do mercado da formação de executivos

Por: José Morais Barbosa, Business Developer  | Training & Development Consultant na Talenter

Num passado recente, muitas eram as empresas que apenas recorriam à formação, para cumprir com as 35 horas legalmente obrigatórias. A formação era tida como um custo para a empresa, que apenas se focava em garantir aquilo a que chamo de “mínimos olímpicos”.

Por seu turno, a massificação de uma oferta formativa generalizada, pouco focado na Pessoa e no Negócio, caracterizava a estratégia da grande maioria das academias de formação. Com o tempo, esta estratégia, resultou, por um lado, na já conhecida descredibilização do setor do mercado das empresas de formação e, por outro lado, no aumento do gap entre a realidade da Academia e a realidade vivida nas empresas.

Com o despoletar da crise, as empresas viram os seus orçamentos reduzidos, facto que teve particular incidência nos budgets tipicamente alocados à formação. Com este fenómeno, as empresas começaram a ser mais exigentes na hora de recorrer ao mercado, afinando os seus critérios de contratação de serviços de formação. Os mínimos legais deram lugar a conceitos como avaliação de satisfação e Impacto ou, mais recentemente, de ROI da Formação, fenómeno que veio recentrar a importância dos departamentos de formação e desenvolvimento.

Não tenho qualquer dúvida que, hoje, se as empresas de formação não se souberem reinventar, enfrentarão sérias dificuldades de sustentabilidade e sobrevivência, isto porque o Mercado não procura já ofertas massificadas de formação, mas antes parceiros que atuem em nichos específicos de especialização, com comprovado impacto nas Pessoas e no Negócio.

É neste particular contexto que a Talenter – conceituada empresa portuguesa de gestão de talento – tem vindo a reposicionar a sua Academia de Formação, apostando na sua aproximação às empresas. Com uma oferta de formação pensada e desenhada especificamente para os profissionais de recursos humanos, investimos num corpo de formadores que ocupam posições de relevo nas suas empresas. Com esta aposta, procuramos oferecer aos nossos formandos, ferramentas concretas que estes podem desenvolver e implementar nas suas equipas, logo após saírem da nossa Academia.

Tenho uma visão particularmente crítica em relação à banalização que (algumas) academias de formação fazem de conceitos como “customização” ou “formação à medida”. De facto, quando olhamos com especial cuidado para algumas soluções e conteúdos que são vendidos sob a chancela de “formação customizada”, não raras vezes constatamos que esses programas não passam de simples adaptações de conteúdos previamente definidos em catálogos generalistas de formação.

Sou um apaixonado pela área da formação, com especial foco na formação de executivos, precisamente por ver nesta área um nicho de negócio que, se for bem pensado e trabalhado, é o pulmão de impulso de pessoas e organizações. Perante a descredibilização do mercado da formação, não tenho qualquer dúvida que, empreender o caminho mais difícil, desenhando programas de raiz, com programas inovadores e “fora da caixa”, é hoje a pedra de toque na hora de uma empresa escolher uma academia em detrimento de outra.

No lado das soluções customizadas, a Talenter aposta em metodologias diferenciadoras, como o Agile, o Design Thinking, o Storytelling ou o Lego Serious Play, entre outras. Com estas metodologias, recentramos a importância do formando, chamando-o a ser parte integrante no desenho de soluções de compromisso que tenham impacto em si e no negócio. Tenho experienciado, nos diversos projetos que temos vindo a implementar, que, quando temos por base estas metodologias, uma mesma ação resulta em soluções diferentes, consoante o contexto em que é facilitada. Como costumo defender, a riqueza das ações de formação da Talenter, está na riqueza dos seus formandos, que são por nós vistos como cocriadores de conhecimento.

Em suma, 2019 será um ano de particular crescimento do setor da formação – em Portugal – facto que deve ser aproveitado pelas academias de formação, como uma oportunidade para estas se reinventarem. Não tenho qualquer dúvida que, numa fase em que os departamentos de formação também se estão a reinventar, este é o único caminho que trará resultados sustentados no tempo.