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Hugo Teles Pereira é fundador e partner da Growin (Foto: Divulgação)

“O posicionamento da Growin é orientado para a evolução e gestão do talento” – Hugo Teles Pereira

Por: Denisse Sousa

A Growin, tecnológica portuguesa que opera na área de custom development, PMO, serviços de outsourcing e nearshoring, caminha a passos largos na internacionalização.

Com escritórios no Porto e em Lisboa, mais de 170 colaboradores esta tecnológica, considerada uma das melhores empresas para trabalhar, dá os primeiros passos na internacionalização com a Growin UK.

Conversámos com Hugo Teles Pereira, Fundador e Partner da Growin, sobre os passos fulcrais para esta internacionalização.

PME Magazine – Qual foi o seu percurso profissional antes da Growin? 

Hugo Teles Pereira – O meu percurso profissional iniciou-se enquanto estudante de Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico. Comecei por prestar serviços de apoio a pequenas empresas que envolviam várias áreas nos sistemas de informação, nomeadamente desenvolvimento aplicacional, suporte e formação. Após este período foquei-me na área de desenvolvimento de aplicações e ingressei numa consultora, multinacional francesa, de tecnologias de informação como consultor. Ainda na referida consultora fui convidado para abraçar a área de gestão como Júnior Manager, onde posteriormente cheguei a desempenhar funções de Business Division Director. Passados alguns anos, tive oportunidade de abraçar a função de Executive Director numa multinacional portuguesa. No final de 2014 recebi um convite para criar uma nova e desafiante marca, totalmente portuguesa, que aceitei de imediato. Assim nasceu a Growin da qual sou sócio fundador.

PME Mag. – Qual o maior desafio desde o seu nascimento até agora?

H. T. P. – Em termos profissionais, a criação e desenvolvimento da Growin é naturalmente o maior desafio. Em termos pessoais o grande desafio é ser um bom pai.

PME Mag. – Como é que a Growin se diferencia das outras ofertas de mercado?

H. T. P. – O nosso posicionamento é orientado para a evolução e gestão do talento da nossa equipa, como gostamos de referir “We develop people that develop technology”. Os planos de carreira desenhados individualmente aquando da entrada do colaborador, o acompanhamento constante realizado pela área de gestão e pela área de Talent Management, são alguns dos pontos diferenciadores. O percurso que as pessoas fazem na organização e como colaboram para o seu crescimento é o fator chave para o sucesso tanto dos próprios colaboradores como da Growin

PME Mag. – Quantos colaboradores compõem atualmente empresa em quantos escritórios em Portugal?

H. T. P. – Atualmente a Growin conta com mais de 170 colaboradores, reflexo de um elevado crescimento, pois quando começámos em 2015 erámos uma equipa de apenas 14 pessoas. Com sede em Lisboa, em Abril de 2016 inaugurámos um escritório no Porto porque acreditamos ser uma região com forte talento e competências na área das tecnologias de informação. Posteriormente, após a oficialização da entrada no Reino Unido, com a criação da Growin UK, a nossa aposta passou pela expansão das nossas infraestruturas em Lisboa para darmos resposta ao número de clientes internacionais, e mudámos para umas novas instalações com mais de 700m2. Neste momento, estão cerca de 120 m2 já afetos a clientes internacionais, prevendo-se uma nova expansão para 200 m2 até ao final do ano.

PME Mag. –  Foram consideradas uma das melhores empresas para trabalhar. Quais as práticas da Growin para com os seus trabalhadores?

H. T. P. – Desde início que apostamos numa política de gestão de talento diferenciadora e muito personalizada a cada colaborador. Em sede, trabalhamos em open space, onde todos os departamentos se encontram no mesmo espaço, desde direção à equipa de gestores, marketing, etc. Facilitando assim a comunicação, tornando-a completamente transparente e aberta. Se algum colaborador da Growin tiver algum problema, quer no âmbito pessoal ou profissional, não tem que agendar uma reunião para falar diretamente comigo, conseguindo, na maioria das vezes, resolver o problema rapidamente. Ao existir esta abertura na comunicação, são criados laços de confiança entre todos. Todas as nossas práticas e ferramentas de RH estão assentes no conceito de employee journey. Através do Great Place to Work, conseguimos aferir o grau de satisfação dos nossos colaboradores relativamente a certas questões com que nos deparamos no dia-a-dia. Avaliamos regularmente o seu grau de satisfação, medindo as suas opiniões e trabalhando no sentido de conseguir dar uma melhor resposta às suas expectativas individuais. Questões relacionadas com o clima organizacional, justiça, equidade, transparência, comunicação e responsabilidade social, permitem-nos aferir o orgulho dos nossos colaboradores por trabalhar na Growin.

PME Mag. – Atualmente a Growin chegou ao Reino Unido com a Growin UK, qual o feedback desse projeto?

H. T. P. – O foco da Growin UK, com a sua sede em Londres, é desenvolver projetos on-site com equipas em campo e alavancar projetos nearshore para serem desenvolvidos em Lisboa. Os nossos projetos para o mercado britânico focam-se na área de sistemas distribuídos com a tecnologia Scala. Neste momento já estamos a desenvolver projetos em Lisboa no âmbito do nearshore e com fortes possibilidades de novos clientes, ou seja, o retorno do investimento para o mercado de UK já está a ser bastante positivo.

PME Mag. – Qual o modelo de internacionalização para a criação da Growin UK?

H. T. P. – Quisemo-nos diferenciar de tudo o que as outras empresas de nearshore estavam a fazer no mercado. A Growin focou-se numa tecnologia pouco conhecida em Portugal, mas que no Reino Unido é amplamente utilizada nas áreas da banca, seguros, gaming, etc. Esta tecnologia é centralizada em sistemas distribuídos como Scala. Para iniciar esta equipa focada em Scala, criámos uma parceria com a Brunel University do Reino Unido que nos deu formação, coaching e mentoring para conseguirmos formar uma equipa especializada.

PME Mag. – Quais os próximos alvos da internacionalização?

H. T. P. – Os próximos passos da internacionalização serão totalmente focados na consolidação da nossa presença no Reino Unido para posteriormente expandirmos para outros países europeus como a Alemanha, Holanda, etc. Naturalmente o mercado norte-americano é um dos próximos alvos e já estamos com iniciativas para garantir projetos desenvolvidos em Lisboa e com destino ao outro lado do Atlântico. Este trabalho continuará a ser desenvolvido pelas equipas de Gestão e de Marketing, com o objetivo de entrarmos em mercados tão competitivos como os anteriormente referidos. Embora os resultados iniciais sejam bastante animadores, estamos continuamente a melhorar a nossa estratégia e já estamos a implementar ações que nos permitam aumentar o número de leads internacionais.

PME Mag. – Quais os setores de atuação da Growin?

H. T. P. – A Growin tem duas áreas core: o Outsourcing especializado e o Nearshore. No mercado português cerca de 80% da nossa atividade passa pelo Outsourcing especializado, no entanto estamos a crescer noutras áreas como a de Gestão de Projetos. No mercado internacional estamos focados na prestação de serviços de Nearshore, que já representam cerca de 60% da nossa atividade internacional, embora tenhamos igualmente presentes os serviços de Outsourcing.

PME Mag. – Em 2016 a Growin anunciou um crescimento de 150% face a 2015. Qual a previsão para 2017?

H. T. P. – A empresa fechou o ano de 2016 com indicadores bastante positivos e continua em fase de crescimento acentuado. No início de 2017 criamos a growingroup sgps e passados alguns meses crescemos através da aquisição de uma empresa com sede em Lisboa. Assim para o ano corrente de 2017, o Grupo Growin deverá fechar o ano com uma faturação de 7 milhões de euros, o que representará um crescimento de 40% face ao ano transato.