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“Temos a sorte de nos encontrarmos num município ativo” – Paula Duarte

O Hotel Dolce CampoReal recebeu recentemente a distinção enquanto Empresa Gazela. Este prémio é atribuído a organizações que se posicionam de forma diferenciadora no mercado, com ritmos de crescimento acima de 20% ao ano.

 

Atualmente, o Dolce CampoReal emprega cerca de 100 colaboradores fixos e muitos mais de forma sazonal, em épocas de maior ocupação ou volume de trabalho, contribuindo de forma muito significativa para a criação de postos de trabalho. Em conjunto com as entidades regionais, como a Câmara Municipal de Torres Vedras e o Turismo do Centro, este hotel destaca-se pela divulgação do que de atrativo existe na região de Torres Vedras.

Conversámos com Paula Duarte, diretora do Dolce Campo Real sobre o potencial da região e o crescimento deste Hotel de sucesso.

PME Magazine: Receberam recentemente o prémio Gazela. Como olham para este prémio?

Paula Duarte: É com grande entusiasmo que recebemos este prémio, sem dúvida que para nós é muito especial porque significa que estamos a contribuir de forma positiva para a economia da região, tanto a nível da criação de emprego como da dinamização e descentralização do turismo. É uma distinção que reflete essencialmente o trabalho que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos 5 anos, e que se traduz nos resultados positivos obtidos. O reconhecimento como uma empresa inovadora e que se posiciona de forma diferenciadora no mercado é algo que nos motiva bastante para continuarmos a seguir com a estratégia de crescimento que delineámos.

PME. Mag: Qual a estratégia com a Câmara Municipal de Torres Vedras e o Turismo do Centro para dinamização do turismo nessa região do país? 

P.D: Acreditamos que é também nas parcerias que estabelecemos e mantemos que reside o sucesso do Dolce CampoReal. Se a região não estiver dinamizada e capacitada para oferecer atividades diferenciadoras, o nosso produto também não será tão procurado. Desta forma, não temos dúvidas que unindo esforços com as entidades competentes conseguimos potenciar o melhor da região. Temos a sorte de nos encontrarmos num Município bastante ativo, que aposta fortemente na dinamização do território.

Em conjunto com a Câmara Municipal de Torres Vedras (C.M.T.V) temos vindo a potenciar a região de forma muito ativa desde a nossa abertura. Desde logo apoiando as iniciativas sustentáveis do município. Torres Vedras tem vindo a consolidar o seu posicionamento enquanto município amigo do ambiente, tendo recebido a certificação Green Leaf em 2015. Um pouco desafiados por esta política, temos vindo a desenvolver diversas iniciativas sustentáveis que culminaram com o alcance do galardão Green Key em 2017, já renovado para este ano. Ainda nesta área temos trabalhado com a C.M.T.V na promoção da área protegida das serras do Socorro e da Archeira na qual estamos inseridos e que tem grande potencial em termos turísticos.

O Dolce CampoReal Lisboa está presente em todos os eventos culturais, desportivos e gastronómicos da região, desde os mais conhecidos, como o Carnaval de Torres ou o Trofeu Joaquim Agostinho, até às iniciativas mais locais como o Festival Invasões, promovido em conjunto com a Rota Histórica das Linhas de Torres. Este ano por exemplo, estamos a promover um conjunto de ações ligadas ao evento “Torres Vedras e Alenquer – Capital do Vinho e da Vinha 2018”. Contamos igualmente com o apoio do Turismo do Centro, que tem estado bastante ativo na promoção do destino para a prática de golfe, em parceria com os restantes Campos de Golfe da Região.

 PME. Mag: Quais as ofertas do Hotel e como se diferencia de outros players de mercado?

 P.D: O Dolce CampoReal Lisboa oferece um conjunto de variados serviços. Temos 151 quartos e 40 apartamentos e villas para alojamento, mas oferecemos muito mais do que um quarto de hotel. Dispomos de 23 salas para reuniões, três restaurantes e dois bares, um campo de golfe com 18 buracos, um SPA e muitos outros serviços desportivos e de lazer. De junho a setembro, está aberto o Dolce Clube Aventura, um espaço dedicado à animação e atividades outdoor, no qual está também inserido o nosso kids club – o Welly Kids Park, gratuito para os clientes alojados, durante a época de Verão.

De realçar também o Mandalay Spa, um projeto lançando em 2017 em parceria com a Top Spa e que se tem vindo a revelar um enorme sucesso, tendo inclusivamente recebido a distinção de Melhor Abertura de Spa do Sul da Europa nos “The World Luxury Spa Awards” 2017. Mais recentemente lançámos o projeto Trails of Discovery que tem por base a criação de uma atividade que pretende ajudar grupos das mais variadas dimensões a explorar os espaços e lugares que rodeiam o hotel. O setor do turismo exige uma constante inovação e capacidade de adaptação, acreditamos que só assim é possível conseguir essa diferenciação e é isso que procuramos fazer com estas atividades, tendo sempre como foco proporcionar a melhor experiência a quem nos procura.

PME. Mag: Quais os desafios de ter um hotel desta dimensão numa zona não turística?

P.D: Temos a sorte de estar inseridos numa zona com imenso potencial e que estimula muito a nossa vontade de fazer mais e melhor. Tentamos ao máximo desenvolver atividades que promovam o conhecimento desta região tão rica e que tanto tem para oferecer.

Estamos dentro da região vitivinícola de Lisboa, numa zona com um enorme património gastronómico, temos referências históricas nomeadamente com as Fortificações das Linhas de Torres que remontam às invasões francesas, a área protegida das serras do Socorro e Archeira como pano de fundo e muitas tradições para descobrir. Olhamos para todos estes aspetos como mais-valias e não temos dúvidas que contribuem de forma positiva para a atividade turística de uma região que, à primeira-vista, pode parecer pouco atrativa mas que depois de explorada é surpreendente.

PME. Mag:  Quantos postos de trabalho foram criados com estas unidades?

 P.D: Um dos nossos desafios em termos de equipa é sem dúvida o recrutamento. Por ser uma zona que, apesar do grande potencial, ainda está a dar os primeiros passos no desenvolvimento turístico, a mão de obra qualificada para hotelaria é escassa. Temos feito um esforço acrescido ao contratar pessoas sem muita experiência na área, investindo na formação e retenção dos nossos recursos humanos. Esta estratégia tem resultado e temos conseguido manter uma equipa estável e um serviço de standards elevados.

Empregamos cerca de 100 colaboradores fixos e contratamos de forma sazonal em épocas de maior ocupação ou volume de trabalho. Temos ainda parcerias com as principais escolas e institutos politécnicos da região e por ano recebemos dezenas de estagiários. Estes alunos são integrados nas áreas operacionais como restaurantes, cozinha ou housekeeping, mas também nos serviços mais centrais como sendo o marketing, financeiro e comercial. Como principal hotel da região, temos a consciência de que assumimos um papel muito importante na economia e na promoção da empregabilidade.

PME. Mag: Que investimento foi feito para desenvolver e aplicar este projeto?

 P.D: A propriedade reabriu um 2013, gerida pela marca International Dolce Hotels & Resorts, sendo que a estrutura se manteve muito semelhante ao que já existia, principalmente nas infraestruturas de lazer. No entanto, foram criadas mais duas salas de reunião e temos agora uma capacidade total para cerca de 950 pessoas em simultâneo. Também fizemos alguns investimentos ao nível das salas de reunião de forma a cumprimos os standards da companhia ao nível do mobiliário ergonómico, internet Wi-Fi de alta velocidade e equipamento audiovisual de última gama. Outra das áreas de investimento foi o desenvolvimento do conceito de assinatura Nourishment Hub, um espaço de coffee break, disponível de forma permanente e que tem sido um dos pontos de diferenciação junto dos nossos clientes do segmento MICE.

 PME. Mag: Qual o perfil do cliente Dolce CampoReal?

 P.D:  A cadeia Dolce Hotels & Resort é conhecida no mercado internacional como ‘expert’ no segmento de eventos e reuniões. Também no Dolce CampoReal acontece o mesmo e o nosso maior foco em termos de vendas está neste segmento. No entanto, as características da nossa propriedade, que para além das 23 salas de reunião, tem uma variedade de infraestruturas de lazer, atraem também os clientes individuais, que já representam 40% do nosso negócio e que nos visitam principalmente em épocas festivas, verão e aos fins-de-semana. Por outro lado, temos também o segmento golfe, que é bastante relevante, principalmente nos meses de Março a Maio e em Outubro e Novembro. Os nossos serviços e resultados refletem esta heterogeneidade do perfil do nosso cliente.  A oferta do hotel é tão vasta e diversificada que definir uma tipologia específica de cliente torna-se algo redutor.

PME. Mag: Há planos para expansão para outras zonas do país no mesmo modelo?

 P.D:  A marca Dolce Hotels & Resorts faz parte da cadeia de hotéis Wyndham Hotels & Resorts. Uma empresa americana com mais de 9000 hotéis, em todo o mundo, sendo neste momento a maior cadeia hoteleira, em número de unidades. Fazemos parte de uma estrutura internacional, com uma escala completamente diferente de todas as empresas da mesma área de negócio, existentes na região centro. A nossa estratégia enquanto companhia não é definida país a país, mas de forma mais alargada. Em Portugal a cadeia tem já 11 hotéis, mas o CampoReal é o único da marca Dolce, uma das mais conceituadas do portefólio Wyndham.